A azáfama dos dias é para ser vivida sem que os contratempos, as desilusões, as responsabilidades, os dramas profissionais, a angústia das decisões difíceis e o prazer dos projetos concretizados se sobreponham a um bem que deve ser sempre maior do que tudo isso... A preservação da tua auto estima interior e exterior e a certeza de que, mesmo sozinha, és capaz de enfrentar o mundo inteiro, mesmo naqueles dias em que ninguém parece querer apostar em ti!
Qual é coisa qual é ela que acabou de chegar com o início do ano? Os saldos de inverno, pois claro. Essa palavrinha mágica tão amiga da nossa carteira e dos bons investimentos, de todas nós, amantes de compras, que mesmo neste período pandémico não perdemos a tentação de acrescentar ao nosso closet aquele trapinho que andamos a namorar à meses ou uma oportunidade de última hora que ajuda a enriquecer ainda mais o armário das nossas preciosidades texteis.
De facto, saldos são também a altura ideal para renovarmos o nosso guarda-roupa, investindo em peças de maior qualidade a preços bem simpáticos. No entanto, e porque sabemos que a época dos descontos costuma ser sinónimo de compras desmedidas, muitas vezes de coisas que nem necessitamos ou que alguma vez usamos, sugiro que estabeleçam sempre previamente um orçamento ou que façam previamente uma wishlist, para que se compre do modo mais racional possível. Deixo então sugestões que considero imperdíveis...
O verão virou-nos costas recentemente, apesar destes dias recentes mais soalheiros e aconchegantes e este tem sido o período ideal para revolver o closet e colocar na linha da frente do gavetório os nossos trapinhos mais quentes e adequados para a estação do ano mais fria que se aproxima a passos largos. Geralmente, essa tarefa traz consigo decisões de compra de alguns artigos que percebemos que estão em falta no nosso cardápio e que são um verdadeiro must in, no que diz respeito a tendências da moda atual.
Assim, por aquilo que tenho percebido das coleções que já espreitei, neste inverno os tons monocromáticos que costumam fazer furor nas estações mais frias e em que a natureza se apresenta menos colorida, continuam presentes, mas vão fazer-se acompanhar de uma enorme versatilidade em termos de cores. Neste inverno onde parece que tudo vale, será também obrigatório que os tecidos tenham brilho, além da tal variedade cromática. Laranja e magenta são dos tons que mais se encontram nas monstras, assim como o vermelho fogo e o azul elétrico.
A pele também é uma tendência declarada nas novas coleções, não só em casacos e saias, mas também os acessórios, mas sempre de origem sintética. Consequentemente, estampados a recordar animais, principalmente selvagens, estão também na ordem do dia. Em termos de combinação das peças e do corte, a jovialidade e a liberdade dos anos noventa, uma época marcada por algum exagero e exuberância e de onde sobressaíam jeans coloridos, blusas transparentes e vários tipos de aplicações e cores nas saias, foi inspiração para muitas coleções que combinam um estilo urbano e clássico, passando pela ganga e por peças confortáveis em tricot e malha e terminando nos padrões intemporais como o xadrez, o floral ou o já referido padrão animal.
Ah... não nos podemos esquecer das máscaras, o acessório improvável para a próxima estação e que obedece a toda esta exuberância e versatilidade. Também elas acompanham as tendências, devendo combinar com o restante look.
Que achas das novas coleções para o inverno que se aproxima? Identificas-te com alguma tendência?
Em mais uma cerimónia dos Óscares, a Red Carpet acabou por despertar a minha atenção até porque, como se veio a verificar, não aguardava grandes surpresas no que diz respeito aos prémios, apesar de terem acontecido. Ficam então os meus destaques, no que diz respeito aos vestidos, de mais uma cerimónia plena de glamour e bom gosto!
Scarlett Johansson ficou muito gira neste vestido cinza e prateado cheio de detalhes preciosos, que parecem ter tudo a ver com a sua personalidade irreverente e divertida. Sendo um dos vestidos mais curiosos desta Red Carpet, é também um dos que melhor casou com a personalidade de quem o vestiu. Um dos meus preferidos!
Idina Menzel ficou uma verdadeira musa neste vestido que combina, na perfeição, com a sua personalidade introvertida e algo misteriosa, mas bastante glamourosa. Se houve um vestido na Red Carpet que parece ter sido feito mesmo propositadamente para a ocasião foi este trapinho absolutamente deslumbrante e que do decote aos detalhes, passando pelas variações de tonalidades neutras, deixou-me boquiaberta!
A sempre esbelta Margaret Qualley não deixou os seus créditos em mãos alheias (ou corpo alheio), embrulhada neste espetacular vestido, cheio de extraordinários detalhes e que fizeram dela uma verdadeira rainha cheia de glamour. Foi um dos looks mais bem conseguidos, sem dúvida!
Um dos trapinhos mais irreverentes e sensuais da Red Carpet deste ano e que acabou por favorecer que o usou, além de destacar a sua personalidade foi este de Adriana Lima, uma das atrizes mais talentosas da atualidade e que acaba por potenciar todos os atributos do vestido que usou.
Kylie Jenner deslumbrou, talvez em demasia, com o tecido de um vestido que mostrou uma das grandes tendências dos últimos anos e que adoro, o cai cai, mas não com este formato e este corte demasiado curvilíneo. Desiludiu-me imenso até porque coloco sempre enormes expetativas no seu trapinho.
Whitney Cummings costuma ser uma das atrizes que melhor sabe destacar a sua feminilidade, fazendo-o desta vez num lindíssimo vestido vermelho que destaca todos os seus atributos. Mas acho que exagerou um pouco naquele efeito no decote. Mesmo assim, um dos meus preferidos, sem dúvida!
O exotismo também se pode manifestar na simplicidade e o de Ella Balinska ficou bem patente no sedutor encanto de um vestido com um corte magnífico, mas que dispensava, claramente, aquela sequência de tons de azul e roxo. Mas o trapinho é, realmente, qualquer coisa...
Eiza González raramente desilude e a brilhante simplicidade do corte deste vestido dourado demonstram-o mais uma vez. O meu preferido... Simplesmente fabuloso!
Acho que esta exuberância de Suki Waterhouse não se adequa a uma Red Carpet oscariana e, por isso, não gostei desta escolha curiosa, que me pareceu algo vulgar. O próprio corte do vestido não a favorece particularmente. Mas os brincos são lindíssimos, admito!
Nicole Richie mostrou-me dois pólos completamente opostos, relativamente ao que se pode observar numa cerimónia deste género... Um tecido deslumbrante, rico, intensamente feminino e maravilhoso e que serviu para fazer um vestido que tinha tudo para ser um dos destaques maiores da cerimónia, mas que se espalhou ao comprido naquela cauda arrepanhada mesmo por cima do traseiro... Foi pena!
Adoro este tipo de vestidos e a Rosie Huntington-Whiteley ficou lindíssima. O efeito do tecido nas mangas é delicioso e o decote é espetacular, perfeito para as suas medidas, assim como o corte retilíneo. Talvez tenha faltado ali um colar... Seja como for... Fabuloso!
Kate Hudson disparatou neste cortinado que afiambrou de um qualquer castelo medieval italiano e que resolveu mandar costurar, até com um certo encanto e uma interessante dose de criatividaer, mas a verdade é que com aquele tecido pouco havia a fazer, na minha opinião... Detestei!
Adorei o tom e corte deste trapinho da Lily Aldridge, que só peca por ter ousado um pouco demais naquele detalhe lateral. Mesmo assim, para ele tenho apenas uma palavra... Fantástico!
Hailey Bieber surpreendeu-me com este vestido que, apesar de ter alguns detalhes fabulosos, não valoriza particularmente a sua silhueta. A transparência e a abertura demasiado arrojada acabam por tornar um pouco vulgar o resultado final, já que, quanto a mim, mostra de modo pouco sensual algumas das partes do seu corpo.
Kerry "Cleópatra" Washington pecou num detalhe... Esqueceu-se do baú dos répteis.
Madelein Petsch apostou no veludo, tecido que adoro, mas que, neste caso específico, pecou pelo exagero da abertura da cintura para baixo. Adorei a cor e os detalhes bordados. As sandálias são fabulosas!
Como seria de esperar, Sofia Vergara foi uma das musas maiores da passadeira deste ano. Apesar do déficit de arrojo, este vestido não deixa de exaltar todas as suas curvas, além de ser extremamente feminino e glamouroso, devido ao corte e à fluidez do tecido. Não faz particularmente o meu género, mas adorei o resultado porque acho que se adequa à personalidade da atriz.
No tom do tecido, na vulgaridade do corte nos detalhes metálicos, Maude Apatow seguiu uma das tendências atuais, mas não gostei nada do efeito final. Uma das minhas maiores desilusões.
Ontem consegui finalmente um tempinho para dar uma volta pelos saldos. Não sei se partilham da minha opinião, mas desde que surgiu a nova legislação sobre esta prática comercial, parece-me haver uma maior clareza relativamente ao valor do desconto em relação ao preço inicial de cada peça e, consequentemente, uma maior facilidade de escolha e de perceção. Seja como for, confesso que ainda me aborrece entrar em certas lojas e perceber que encostam as peças em saldo num canto mais marginal, todas amontoadas, algo que cria um ambiente de uma certa marginalidade relativamente ao resto dos artigos expostos. De algum modo, essa opção, consciente ou inconscientemente, estratifica, quanto a mim, a clientela. Se calhar alguns optam por não espreitar essa parte da loja, não só porque o amontoado não é agradável à vista e atrativo, mas também porque podem ser alvo de rotulação... Lá vai a pobre para o cantinho da feira da loja.
Pessoalmente, não tenho esse complexo e não me preocupa minimamente esse tipo de pensamentos exteriores. Com a vida atarefada e preenchida que tenho, quando vou às compras, em época normal, fora dos saldos, é sempre porque tenho um alvo específico e, à partida, já sei o que vou comprar e onde. Na época de Saldos, procuro ir com tempo, deixo-me levar um pouco mais pelo impulso consumista, estabelecendo previamente um tecto orçamental, e gosto de, calmamente, remexer nesse amontoado e ser impressionada com algo inesperado, único, diferente e que me conquiste. Ontem, estas foram algumas das peças que me seduziram. E tu, como vês os saldos?
São já inúmeros os artigos que esmiuçam na web todos os detalhes dos trapinhos que desfilaram na última edição dos Golden Globe Awards, a septuagésima sétima, que se realizou na passada semana na cidade dos anjos, na Califórnia e que teve como grandes vencedores os filmes 1917, The Irishman e Once Upon a Time... In Hollywood.
Não vou fazer mais uma listagem exaustiva e analítica do que foi passando pela passadeira vermelha ao longo da noite. Apresento apenas o meu best e worst. Quais foram os vossos?
Gosto destes dias de Inverno onde o tempo não obedece rigorosamente ao calendário e também há luz e cor. São dias que me ajudam a preencher a alma, dias em que a brisa menos suave e mais agreste não é mais forte do que a minha vontade de calcorrear as pedras da calçada da cidade onde moro e de rodopiar sobre mim própria ou sobre todos aqueles que me mostram sorrisos quase tão belos como o céu matinal pintado pelo solstício que se aproxima.
Nestes dias em que o frio não é muito frio, adoro testar a paciência do inverno e provar que nem ele consegue entorpecer as minhas mãos quando as coloco em pala e prescruto o horizonte até onde a minha vista alcança, em busca daqueles meus sonhos que são cada vez mais inadiáveis, mas que as circunstâncias do dia a dia me têm arranjado sempre uma desculpa para os deixar guardados de lado e mortiços.
Quem tem brio não tem frio, já dizia a minha avó, descrita por algumas conterrâneas e contemporâneas como a menina mais fina, delicada e vaidosa da rua onde viveu mais de meio século. E em dias iguais aos de hoje lembro-me sempre dela e das palavras sábias dessas senhoras que insistem em encontrar em mim parecenças com ela, porque, de manhã, ao remexer no meu closet, procuro sempre a melhor forma de a homenagear.