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My Guilty Pleasure

My Guilty Pleasure

What's the next step?

Não há melhor soporífero para a debandada geral dos nossos sonhos, principalmente quando parece que o chão estremece e foge, do que o trazer à tona a memória de dias felizes. Pois, eu sei, são aqueles dias que nunca mais voltam, quer por força das contingências do calendário, ou das próprias circunstâncias da nossa existência, mas é inegável contrariar aquele dito que, se o coração for uma fortaleza inexpugnável, podemos vivenciar tudo aquilo que de bom já experimentámos, sempre que quisermos.

Sei que ultimamente tenho-me refugiado numa onda nostálgica algo tempestuosa, mas talvez fosse bem pior se eu me refugiasse em outras coisas menos recomendáveis a até físicas, que pudessem, ou não, colocar terceiros no prato da balança das minhas emoções, para colocar novamente nos píncaros os meus índices de confiança e motivação, mas não sei se já estou de novo preparada para tal passo.

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Great memory of a really busy day at the office...

Recordo-me bem deste dia, há já alguns anos atrás, mas não assim há tantos quanto isso. Na verdade, sendo pleno verão, era mais um dia de trabalho como tantos outros dias de trabalho em que os segundos, os minutos e as horas passam sorrateiramente, sem quase darmos por isso, porque somos felizes por fazer aquilo que tanto gostamos e para que nascemos. No entanto, inesperadamente, sem contar minimamente com isso, esse dia específico, ainda bem fresco na minha memória, tornou-se num verdadeiro busy day at the office, vá-se lá saber porquê...

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Blue Navy.

Eram dez e meia da manhã... A primavera daquele ano particularmente nefasto para quem tinha elevadas pretensões a sorrisos fartos e poses altivas, dava os primeiros passos no calendário, um pouco mais escorreitos no papel, do que propriamente na demonstração real e metereológica de algumas das suas melhores caraterísticas. Na passadeira asfaltada por cima de um empedrado inimaginavelmente perigoso para os meus botins, coberta por uma lingerie azul marinho push-up, com detalhes em renda e uma bolinha pequenina a imitar uma pérola no meio, umas meias ligas ligeiramente opacas, um vestido azul marinho, justo, mas ligeiramente evasé da cintura pra baixo, um pouco cima do joelho, com gola subida mas decote em bico mais ou menos pronunciado, uns botins pretos de salto com uns apliques metálicos atrás e um casaco de fazenda tipo marinheiro, olhava em frente, distraída do compromisso que me aguardava e dos sorrisos, ora inocentes ora indecentes, de quem comigo se cruzava, absorvida por aquele dilema que estava prestes a ser desvendado, logo ali, à entrada do café, duzentos metros à direita, passeio acima.

Confesso, já só tenho apenas uma vaga noção, quer do conteúdo desse dilema, quer do modo como ele se resolveu. Agora, aquilo que nunca mais esqueci desse instante e ainda hoje guardo com particular tremor bem no âmago do meu peito, é um maravilhoso par de olhos castanhos, que deslizou por mim abaixo, lentamente e com uma segurança, um vigor, uma confiança e uma firmeza tais, que me deixaram completamente desarmada e despida, como poucas vezes me senti nesta vida.

Nunca mais tinha passado por aquele local... até hoje. Soube que ia fazê-lo há quatro semanas atrás e, desde então, um estranho formigueiro foi-se instalando lentamente no meu corpo, de mãos dadas com aquela deliciosa ansiedade que exigia ao calendário que avançasse com o maior frenesim possível até hoje. Por isso a memória e o texto. Apesar de ter tentado replicar ao máximo aquele dia, quer no horário, quer no próprio outfit, porque sabia de antemão, como já referi, que hoje voltaria aquele local e tinha a secreta esperança de ser reconhecida, obviamente aquele par de olhos castanhos único não estava lá novamente, seguro, vigoroso, confiante e firme, à minha espera... Espero que não tenha sido por meros segundos apenas. Mas confesso, essa memória ficou gravada de modo tão profuso e indelével, que foi como se ele lá estivesse. Se estremeci e parei um pouco para saborear um pouco melhor aquele momento de pura nostalgia? Claro que sim... Quem não o faria?

Stop smoking...

 

Vai uma gaja ao escritório do outro lado da cidade tratar de uns afazeres e acende-se uma luz amarela no meu cérebro!
Falta tabaco! Abrando em frente ao café, não há estacionamento e o carro da GNR está parado mesmo em frente à Óptica... Siga, compro nas bombas. Carrinha a trabalhar, entro cheia de pressa e deparo-me com duas raparigas vistosas, quase tão bonitas como eu e bem arranjadas, finjo que nem reparei, querem-me vender alguma coisa, pensei eu...
Bingo! À saída sou barrada! Aquelas unhas arranjadas, o batom, o rimel, o sorriso, tudo armas de persuasão usadas na técnica de venda.
Boa tarde, blá blá blá cartão solidário e blá blá blá em alta rotação, retorquindo eu com uma frase firme: Estou cheia de pressa!
- Claro, não demora nada, já conhece o cartão Y e blá blá blá acelarado... Respondo eu:
- Conheço a minha cidade e mal!
- Blá blá blá... e eu a pensar: estás a falar para o prima e os vizinhos a gravar.
Diz o funcionário atrás do balcão, que andou comigo na escola: Ajuda Guilty Girl, deixa de ser forreta.
O blá blá blá continua até que chega a parte do não custa nada, não tem fidelização nem custos adicionais, é só vantagens!
Eu penso: estou farta de ouvir isso e lixo-me sempre!
Passou para a parte, só tem que pagar agora 10 € e dizer-me o primeiro e ultimo nome.
- Não tenho aqui dinheiro comigo...
- Não faz mal, paga com o cartão.
- Dasss... penso eu e respondo com o ar mais diplomático do mundo:
- Não estou mesmo interessada!
- Diga-me então o seu nome?
- Sarna!
- Concerteza esse não é o seu nome!
- Pois não, é o seu!...
Conclusão, tenho que deixar de fumar!!

10 coisas que adoro e odeio.

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10 Coisas que adoro (não necessariamente por ordem)

1. Saias e vestidos

2. cabelos bonitos/penteados bonitos

3. saladas coloridas

4. viajar de avião

5. dormir, muito!

6. café

7. Andar de salto alto

8. batôn vermelho

9. A minha profissão

10. A família!

 

10 Coisas que Odeio (não necessariamente por ordem)

1. Casacos de cabedal

2. Favas

3. Faltas de educação

4. Mentiras

5. Hyppie style outfits

6. Vinho 

 7. Conversas de circunstância

8. Deixar o batôn vermelho em casa

9. O frio

10. Saias compridas!

Quem Tem Brio Não Tem Frio

Gosto destes dias de Inverno onde o tempo não obedece rigorosamente ao calendário e também há luz e cor. São dias que me ajudam a preencher a alma, dias em que a brisa menos suave e mais agreste não é mais forte do que a minha vontade de calcorrear as pedras da calçada da cidade onde moro e de rodopiar sobre mim própria ou sobre todos aqueles que me mostram sorrisos quase tão belos como o céu matinal pintado pelo solstício que se aproxima.

Nestes dias em que o frio não é muito frio, adoro testar a paciência do inverno e provar que nem ele consegue entorpecer as minhas mãos quando as coloco em pala e prescruto o horizonte até onde a minha vista alcança, em busca daqueles meus sonhos que são cada vez mais inadiáveis, mas que as circunstâncias do dia a dia me têm arranjado sempre uma desculpa para os deixar guardados de lado e mortiços.

Quem tem brio não tem frio, já dizia a minha avó, descrita por algumas conterrâneas e contemporâneas como a menina mais fina, delicada e vaidosa da rua onde viveu mais de meio século. E em dias iguais aos de hoje lembro-me sempre dela e das palavras sábias dessas senhoras que insistem em encontrar em mim parecenças com ela, porque, de manhã, ao remexer no meu closet, procuro sempre a melhor forma de a homenagear.

-Avó, espero hoje ter conseguido!

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Stop smoking...

 

Vai uma gaja ao escritório do outro lado da cidade tratar de uns afazeres e acende uma luz amarela no cérebro!
Falta tabaco! Abrando em frente ao café, não há estacionamento e carro da GNR mesmo em frente à Óptica... Siga, compro nas bombas. Carrinha a trabalhar, entro cheia de pressa e deparo com duas raparigas vistosas, quase tão bonitas como eu e bem arranjadas, finjo que nem reparei, querem-me vender alguma coisa, pensei eu.
Bingo! À saída sou barrada! Aquelas unhas arranjadas, o batom, o rimel, o sorriso, tudo armas de persuasão usadas na técnica de venda.
Boa tarde, blá blá blá cartão solidário e blá blá blá em alta rotação, retorquindo eu com uma frase firme: Estou cheia de pressa! 
- Claro, não demora nada, já conhece a Apav e o Crescer e o Sorriso Solidário e blá blá blá acelarado... Respondo eu:
- Conheço a minha cidade e mal!
- Blá blá blá... e eu a pensar: estás a falar para o prima e os vizinhos a gravar.
Diz o funcionário atrás do balcão: Ajuda, deixa de ser forreta. 
O blá blá blá continua até que chega a parte do não custa nada, não tem fidelização nem custos adicionais, é só vantagens! 
Eu penso: estou farta de ouvir isso e lixo-me sempre!
Passou para a parte, só tem que pagar agora 10 € e dizer-me o primeiro e ultimo nome.
- Não tenho aqui dinheiro comigo...
- Não faz mal, paga com o cartão.
- Dasss penso eu. 
Puxo da carteira e dou-lhe os 10 €.
- Diga-me então o seu nome?
- Sarna!
- Concerteza esse não é o seu nome!
- Pois não, é o seu!...
Conclusão, tenho que deixar de fumar!!

Today's Christmas Lunch

Estamos em plena silly season de almoços e jantares de natal, patrocinados por firmas, empresas, escritórios, gabinetes e afins e, para ser honesta, deprime-me um pouco o modo como a esmagadora maioria de nós escolhem o outfit para tal evento. É óbvio que uma coisa é ir a um almoço e outra ir a um jantar e não terá o mesmo efeito assapar o rabiosque na pizzaria da esquina ou numa tenda devidamente calafetada instalada à pressão num jardim qualquer, abastecida por uma empresa de catering manhosa que até estava a precisar de passar umas faturas extra antes que o exercício do ano encerrasse, ou então na marisqueira mais in da cidade.

Seja como for, independentemente do local e do grupo de amigos e colegas de profissão, não é preciso usar sempre, sempre e sempre algo que seja vermelho! Acaba por ser monótono e repetitivo tal espécie de etiqueta dresscode e pessoalmente, como inverno e natal até colidem e coabitam temporalmente, acho que tons mais frios e terra, mas que não deixam de ser sedutores e de conter uma certa aurea de mistério e profunda feminilidade, são também excelentes opções. Este ano, vou levar daqui a pouco com um belo de um almoço e como também está a ser dia de trabalho, por baixo de um três quartos de fazenda preto quentinho, com pelinhos na gola, o meu outfit é mais ou menos este... What about?!

 

 

USB memory

É quando menos se espera que somos brindadas com algo inesperado e que nos faz reavivar memórias tão boas e que julgávamos já esquecidas. E nesta era do digital, até parece mais fácil e acessível conseguir ir a baus que fazem-nos recuar algures até a um passado, talvez assim não tão distante quanto isso, mas que por nos ter deixado tão gratas recordações, acaba por provocar em nós um forte sentimento de melancolia e desejo de entrar numa máquina do tempo até um dia bastante específico.

Portanto, se não é a memória que conscientemente resolve, em determinado momento, suscitar-nos um regresso ao passado mais ou menos claro, há eventos fortuítos que o fazem com notável nitidez e colocam-nos bem no zénite desse tal dia, nomeadamente quando se encontra uma pen USB perdida numa gaveta onde seria impensável estar guardado tal objeto. Num primeiro instante não se identifica o seu conteúdo mas, como é óbvio, não se resiste à tentação de espreitar o mesmo. Neste exercício arriscado de satisfação da curiosidade que há pouco pratiquei, acabei por encontrar alguns excertos de um dia em que realizei um dos meus maiores sonhos. Fica um desses excertos...

USB rewind - memórias de um sonho concretizado.

 

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