Eram dez e meia da manhã... A primavera daquele ano particularmente nefasto para quem tinha elevadas pretensões a sorrisos fartos e poses altivas, dava os primeiros passos no calendário, um pouco mais escorreitos no papel, do que propriamente na demonstração real e metereológica de algumas das suas melhores caraterísticas. Na passadeira asfaltada por cima de um empedrado inimaginavelmente perigoso para os meus botins, coberta por uma lingerie azul marinho push-up, com detalhes em renda e uma bolinha pequenina a imitar uma pérola no meio, umas meias ligas ligeiramente opacas, um vestido azul marinho, justo, mas ligeiramente evasé da cintura pra baixo, um pouco cima do joelho, com gola subida mas decote em bico mais ou menos pronunciado, uns botins pretos de salto com uns apliques metálicos atrás e um casaco de fazenda tipo marinheiro, olhava em frente, distraída do compromisso que me aguardava e dos sorrisos, ora inocentes ora indecentes, de quem comigo se cruzava, absorvida por aquele dilema que estava prestes a ser desvendado, logo ali, à entrada do café, duzentos metros à direita, passeio acima.
Confesso, já só tenho apenas uma vaga noção, quer do conteúdo desse dilema, quer do modo como ele se resolveu. Agora, aquilo que nunca mais esqueci desse instante e ainda hoje guardo com particular tremor bem no âmago do meu peito, é um maravilhoso par de olhos castanhos, que deslizou por mim abaixo, lentamente e com uma segurança, um vigor, uma confiança e uma firmeza tais, que me deixaram completamente desarmada e despida, como poucas vezes me senti nesta vida.
Nunca mais tinha passado por aquele local... até hoje. Soube que ia fazê-lo há quatro semanas atrás e, desde então, um estranho formigueiro foi-se instalando lentamente no meu corpo, de mãos dadas com aquela deliciosa ansiedade que exigia ao calendário que avançasse com o maior frenesim possível até hoje. Por isso a memória e o texto. Apesar de ter tentado replicar ao máximo aquele dia, quer no horário, quer no próprio outfit, porque sabia de antemão, como já referi, que hoje voltaria aquele local e tinha a secreta esperança de ser reconhecida, obviamente aquele par de olhos castanhos único não estava lá novamente, seguro, vigoroso, confiante e firme, à minha espera... Espero que não tenha sido por meros segundos apenas. Mas confesso, essa memória ficou gravada de modo tão profuso e indelével, que foi como se ele lá estivesse. Se estremeci e parei um pouco para saborear um pouco melhor aquele momento de pura nostalgia? Claro que sim... Quem não o faria?
Ainda não terminaram os saldos e o rigoroso inverno mantém-se altivo e confiante, mas já sobra a vontade de colocar na linha da frente do nosso closet alguns trapinhos novos, ou outros que a nossa carteira possa patrocinar, e que estejam de acordo com algumas das principais tendências das próximas estações quentes que se aproximam, a primavera e o verão.
E por cá, daquilo que tenho conseguido espreitar das novas coleções, já percebi que peças de cabedal coloridas, coletes de malha, collants de padrões e cores de todo o género e feitio e os chamados smock dresses, serão peças obrigatórias para quem quiser estar de acordo com aquilo que dita a ditadura da moda.
De todas estas tendências, a minha preferência vai, naturalmente, para os smock dresses (vestidos avental ou vestidos bata). Adoro! Fluídos e hiper-confortáveis, são, geralmente, frescos e ideais para as temperaturas altas do dia e as mais refrescantes da noite. Soltinhos e leves, combinam na perfeição com chapéus e sandálias ou chinelas.
São, pois, vestidos cujas caraterísticas lhes dão uma versatilidade única, já que tanto os podemos levar para o trabalho, para um passeio pela cidade, um piquenique no campo ou para aquela sunset party de última hora. És adepta deste género de vestidos? Ficam algumas sugestões...
Não sou uma grande consumidora de televisão, não só por falta de tempo, mas também porque quando se carrega no play nem sempre é fácil crivar todas as ofertas e colocar de lado o lixo televisivo, tal é a quantidade do mesmo. Felizmente existe a Netflix e alguns canais de cinema da TV Cabo até têm conteúdos interessantes, apesar da eternidade que demoram a renová-los.
Assim sendo, confesso que estou viciada na série Lucifer, que está em exibição na Netflix e que relata o dia-a-dia do antes entediado e infeliz Senhor do Inferno, Lucifer Morningstar, que vive agora uma vida bem regalada e divertida desde que decidiu tirar férias em Los Angeles e tornar-se dono de uma casa noturna com a ajuda da sua serva Mazikeen.
A série, que estreou na Fox há já cinco anos, está repleta de piadas inteligentes, é uma sátira contundente à sociedade americana e depois tem um dos pares de olhos mais atraentes da televisão, Tom Ellis, o actor galês que encarna na perfeição Lucifer Morningstar e que me tem deixado bastantes vezes a salivar, com suores das mais diversas temperaturas e a suspirar ao final da noite, nas minhas solitárias sessões televisivas antes do João Pestana tomar conta das ocorrências. Conheces a série?
Tomorrow... What about the rest?! Queres sugerir algo?
A melhor dica que eu receber até ao final da minha folga matinal, será a minha inspiração para completar o look que me irá acompanhar na azáfama que se adivinha para o meu dia de amanhã! :)
Ontem consegui finalmente um tempinho para dar uma volta pelos saldos. Não sei se partilham da minha opinião, mas desde que surgiu a nova legislação sobre esta prática comercial, parece-me haver uma maior clareza relativamente ao valor do desconto em relação ao preço inicial de cada peça e, consequentemente, uma maior facilidade de escolha e de perceção. Seja como for, confesso que ainda me aborrece entrar em certas lojas e perceber que encostam as peças em saldo num canto mais marginal, todas amontoadas, algo que cria um ambiente de uma certa marginalidade relativamente ao resto dos artigos expostos. De algum modo, essa opção, consciente ou inconscientemente, estratifica, quanto a mim, a clientela. Se calhar alguns optam por não espreitar essa parte da loja, não só porque o amontoado não é agradável à vista e atrativo, mas também porque podem ser alvo de rotulação... Lá vai a pobre para o cantinho da feira da loja.
Pessoalmente, não tenho esse complexo e não me preocupa minimamente esse tipo de pensamentos exteriores. Com a vida atarefada e preenchida que tenho, quando vou às compras, em época normal, fora dos saldos, é sempre porque tenho um alvo específico e, à partida, já sei o que vou comprar e onde. Na época de Saldos, procuro ir com tempo, deixo-me levar um pouco mais pelo impulso consumista, estabelecendo previamente um tecto orçamental, e gosto de, calmamente, remexer nesse amontoado e ser impressionada com algo inesperado, único, diferente e que me conquiste. Ontem, estas foram algumas das peças que me seduziram. E tu, como vês os saldos?
São já inúmeros os artigos que esmiuçam na web todos os detalhes dos trapinhos que desfilaram na última edição dos Golden Globe Awards, a septuagésima sétima, que se realizou na passada semana na cidade dos anjos, na Califórnia e que teve como grandes vencedores os filmes 1917, The Irishman e Once Upon a Time... In Hollywood.
Não vou fazer mais uma listagem exaustiva e analítica do que foi passando pela passadeira vermelha ao longo da noite. Apresento apenas o meu best e worst. Quais foram os vossos?
Como é bom começar a semana com uma folga e, apesar do frio, com um sol retemperador e convidativo...
2020 ainda está a escancarar as suas portas e janelas e por muito assombro que pareça existir neste mundo em que vivemos, a esperança em dias mais felizes e sorridentes mantém-se inalterada para um ano que terá de ser forçosamente, no meu caso pessoal, de mudanças. Há sonhos que quero realizar e alguns não podem ser mais adiados. Não me pode faltar a coragem para os tentar concretizar e pôr em prática, doa a quem doer.
É com este espírito empreendedor e otimista que mando um enorme beijinho para todos/as, com votos de um excelente ano de 2020!